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Quais serviços uma biblioteca deve oferecer a seus usuários/clientes/leitores? Quando trabalhei na Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa (http://goo.gl/4cT6y) ouvi uma diretora (ou foi a superintendente) dizer, ante uma ideia de criar um acervo de filmes na biblioteca, que aquilo lá não era videolocadora.
Quais serviços uma biblioteca deve oferecer a seus usuários/clientes/leitores? Quando trabalhei na Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa (http://goo.gl/4cT6y) ouvi uma diretora (ou foi a superintendente) dizer, ante uma ideia de criar um acervo de filmes na biblioteca, que aquilo lá não era videolocadora.
Sempre
achei que a biblioteca Luiz de Bessa fosse uma maravilha. E ela é! Tem um setor
de empréstimo de livros com ótimos títulos; um setor de periódicos com as principais
revistas e jornais do país, além de um ótimo espaço de leitura; tem um setor de
coleções especiais, com obras raras e um acervo sobre Minas Gerais
(Mineiriana); tem um setor de obras em Braille e audiolivros; tem uma
hemeroteca histórica; tem um setor infanto-juvenil muito atuante; tem um
carro-biblioteca...
Mas a
Luiz de Bessa é a única grande biblioteca pública de Belo Horizonte. É
estadual. Tem também uma biblioteca municipal, menor que a Luiz de Bessa, que é
vizinha dessa. Ambas na zona sul da cidade. Próximas a museus e teatros. No
circuito cultural da cidade. Mas longe de regiões que são carentes de
instituições culturais.
Entre
2011 e 2012, um amigo passou um tempo em Barcelona visitando a esposa e a filha
de oito anos, que estavam morando lá. Ele me trouxe um “folder” de uma
biblioteca municipal de lá, a Biblioteca Vila de Gràcia (http://goo.gl/cWjU3). Me falou que levou a filha
a essa biblioteca algumas vezes. E que eles emprestavam livros, CD, DVD, jogos
de videogame. Uau! Será que ninguém se preocupou com o fato de a biblioteca
virar uma videolocadora? Ou um fliperama? Ah! a biblioteca de lá tem todos os
serviços que a Luiz de Bessa tem.
A
Vila de Gràcia não é a única biblioteca municipal de Barcelona. Não é a única
biblioteca municipal do Distrito de Gràcia. Tem mais duas lá: a Biblioteca
Jaume Fuster (http://goo.gl/SDhKV) e a Biblioteca Vallcarca i els Penitents - M.
Antonieta Cot. (http://goo.gl/m12iz).
O Distrito de Gràcia tem cinco bairros e, segundo informações oficiais, cerca
de 120 mil habitantes (http://goo.gl/eTfrn).
Portanto, uma biblioteca com muitos serviços - e bons acervos - para cada 40 mil habitantes.
Espalhadas
por Barcelona existem trinta e quatro bibliotecas municipais (salvo erro de
contagem), formando uma rede, como mostra esse mapa (http://goo.gl/F1KYa) e essa página web (http://goo.gl/pHzDa). A cidade tem cerca um
milhão e seiscentos mil habitantes, ou seja, tem uma biblioteca para cada 47
mil deles.
Seria
um sonho, ou uma utopia, querer um pouquinho dessa realidade aqui no meu país?
Moro em Vitória (ES), uma cidade com quase 500 mil habitantes, que tem duas
bibliotecas públicas: uma municipal e outra estadual. Ambas são pequenas, e não
têm página na web.
E seria muito utópico desejar que nossas bibliotecas
oferecessem mais serviços além daqueles tradicionais? Eu gostaria de ter um
pouquinho daquilo que têm os moradores de Barcelona: bibliotecas atraentes e
eficientes próximas a todos os cidadãos.
Quero uma biblioteca que me empreste jogos de Playstation!
1 comentários:
Ronaldo, sou daquelas bibliotecárias entusiastas de novas e de antigas utopias. Você não está sozinho nessa! Também quero uma biblioteca pública como essa aí.
Parabéns pelo seu texto e pela sensibilidade que demonstra em suas posições. Sei que tem muita gente que não deveria estar trabalhando com as biliotecas e estão agarradas em seus cargos de chefia exercendo seus poderes pequenos e mesquinhos, mas é por causa de bibliotecári@s como você que eu me sinto cada vez mais feliz com minha escolha profissional. Muito obrigada por isso!
Rita - São Paulo/SP.
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