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Blog sobre a biblioteconomia, bibliotecário, biblioteca, informação, mensagem, usuário, TICs. O nome do blog foi "surrupiado" de um roteiro (para teatro ou cinema) escrito por Paulo de Castro, o maior bibliotecário da terra. E viva Kalímeros!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O que quero das nossas bibliotecas?

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Quais serviços uma biblioteca deve oferecer a seus usuários/clientes/leitores? Quando trabalhei na Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa (http://goo.gl/4cT6y) ouvi uma diretora (ou foi a superintendente) dizer, ante uma ideia de criar um acervo de filmes na biblioteca, que aquilo lá não era videolocadora.

Sempre achei que a biblioteca Luiz de Bessa fosse uma maravilha. E ela é! Tem um setor de empréstimo de livros com ótimos títulos; um setor de periódicos com as principais revistas e jornais do país, além de um ótimo espaço de leitura; tem um setor de coleções especiais, com obras raras e um acervo sobre Minas Gerais (Mineiriana); tem um setor de obras em Braille e audiolivros; tem uma hemeroteca histórica; tem um setor infanto-juvenil muito atuante; tem um carro-biblioteca...

Mas a Luiz de Bessa é a única grande biblioteca pública de Belo Horizonte. É estadual. Tem também uma biblioteca municipal, menor que a Luiz de Bessa, que é vizinha dessa. Ambas na zona sul da cidade. Próximas a museus e teatros. No circuito cultural da cidade. Mas longe de regiões que são carentes de instituições culturais.

Entre 2011 e 2012, um amigo passou um tempo em Barcelona visitando a esposa e a filha de oito anos, que estavam morando lá. Ele me trouxe um “folder” de uma biblioteca municipal de lá, a Biblioteca Vila de Gràcia (http://goo.gl/cWjU3). Me falou que levou a filha a essa biblioteca algumas vezes. E que eles emprestavam livros, CD, DVD, jogos de videogame. Uau! Será que ninguém se preocupou com o fato de a biblioteca virar uma videolocadora? Ou um fliperama? Ah! a biblioteca de lá tem todos os serviços que a Luiz de Bessa tem.

A Vila de Gràcia não é a única biblioteca municipal de Barcelona. Não é a única biblioteca municipal do Distrito de Gràcia. Tem mais duas lá: a Biblioteca Jaume Fuster (http://goo.gl/SDhKV) e a Biblioteca Vallcarca i els Penitents - M. Antonieta Cot. (http://goo.gl/m12iz). O Distrito de Gràcia tem cinco bairros e, segundo informações oficiais, cerca de 120 mil habitantes (http://goo.gl/eTfrn). Portanto, uma biblioteca com muitos serviços - e bons acervos - para cada 40 mil habitantes.

Espalhadas por Barcelona existem trinta e quatro bibliotecas municipais (salvo erro de contagem), formando uma rede, como mostra esse mapa (http://goo.gl/F1KYa) e essa página web (http://goo.gl/pHzDa). A cidade tem cerca um milhão e seiscentos mil habitantes, ou seja, tem uma biblioteca para cada 47 mil deles.

Seria um sonho, ou uma utopia, querer um pouquinho dessa realidade aqui no meu país? Moro em Vitória (ES), uma cidade com quase 500 mil habitantes, que tem duas bibliotecas públicas: uma municipal e outra estadual. Ambas são pequenas, e não têm página na web.

E seria muito utópico desejar que nossas bibliotecas oferecessem mais serviços além daqueles tradicionais? Eu gostaria de ter um pouquinho daquilo que têm os moradores de Barcelona: bibliotecas atraentes e eficientes próximas a todos os cidadãos.

Quero uma biblioteca que me empreste jogos de Playstation!

1 comentários:

  1. Ronaldo, sou daquelas bibliotecárias entusiastas de novas e de antigas utopias. Você não está sozinho nessa! Também quero uma biblioteca pública como essa aí.
    Parabéns pelo seu texto e pela sensibilidade que demonstra em suas posições. Sei que tem muita gente que não deveria estar trabalhando com as biliotecas e estão agarradas em seus cargos de chefia exercendo seus poderes pequenos e mesquinhos, mas é por causa de bibliotecári@s como você que eu me sinto cada vez mais feliz com minha escolha profissional. Muito obrigada por isso!
    Rita - São Paulo/SP.

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